Digitalização de serviços financeiros para pessoas jurídicas no Brasil
Publicado originalemente em Investing
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Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado uma transformação significativa na digitalização de serviços financeiros, especialmente voltados para pessoas jurídicas.
Após uma década de foco nos clientes individuais, a atenção agora se volta para o atendimento a empresas, marcando uma tendência irreversível. Esse movimento é impulsionado por avanços tecnológicos e mudanças nas expectativas das empresas quanto aos serviços bancários.
O relacionamento com clientes corporativos envolve uma complexidade maior que o realizado com pessoas físicas, exigindo documentações detalhadas, como comprovações de poder, saúde financeira e conformidade legal. Este artigo explora os principais desafios e oportunidades da digitalização para empresas, além de vislumbrar o futuro desse processo, que combina gestão de risco e uma experiência eficiente e transparente.
A adoção de tecnologias por empresas brasileiras de todos os portes se intensificou nos últimos anos, acelerada pela pandemia. Para garantir a continuidade dos negócios e a eficiência operacional, muitas recorreram a soluções digitais. Neste ambiente, as instituições financeiras utilizam da experiência já desenvolvida, principalmente, para o consumidor em suas finanças pessoais como arcabouço para atingir ao grau mínimo de exigência que garanta a fluidez, segurança e agilidade para as transações financeiras e não-financeiras.
Mesmo com a experiência no atendimento ao consumidor final, o atendimento às empresas apresenta desafios próprios que afetam diretamente o negócio de seus clientes:
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1. Segurança Cibernética:
A garantia de segurança e do sigilo de dados empresariais e bancários é um dos principais desafios nesta jornada. Com o aumento dos ataques cibernéticos, proteger informações sensíveis contra violações e fraudes tornou-se uma prioridade em todos os negócios.
O setor financeiro entende que este tema é prioritário e tem nele um dos principais focos de investimento em tecnologia nos últimos e, provavelmente, nos próximos anos. Mas além de tecnologia, a cultura de segurança nas instituições e especialmente nos clientes precisa ser solidificada.
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2. Integração de Sistemas:
A integração de novas tecnologias com sistemas legados é complexa. Muitas instituições financeiras enfrentam dificuldades em garantir a interoperabilidade entre plataformas, atendendo aos requisitos técnicos impostos pela regulamentação de produtos, como o PIX, ou pela expectativa cada vez mais elevada dos clientes.
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3. Cumprimento Regulatório:
A conformidade com regulamentações em constante evolução, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e as obrigações técnicas, de transparência e de gestão de riscos determinadas pelo Banco Central, exige que as instituições adaptem seus processos rapidamente para evitar sanções e incidentes críticos junto ao regulador.
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Por outro lado, essa nova configuração do setor coloca players de todos os tamanhos em condição mais próxima de competição, criando oportunidades:
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1. Melhoria da Experiência do Cliente:
A digitalização oferece experiências personalizadas e eficientes desde a originação ao serviço prestado ao cliente. Dada a natureza complexa e baseada em documentos de relações entre empresas, o uso intensivo de dados consolidados por prestadores de serviços de informações, tais como birôs, registradoras e entidades do setor público, pode acelerar o desenvolvimento de uma relação com menor fricção.
O Open Finance também é uma alavanca relevante nesse processo, pois ao compartilhar dados e aliá-los a ferramentas como inteligência artificial e análise de dados, podemos antecipar que as empresas precisam e apresentar soluções diferenciadas frente à concorrência. Isso é especialmente útil no relacionamento com empresas de menor porte, que muitas vezes têm dificuldade em conseguir crédito por terem seu perfil considerado como de maior risco. Com um atendimento mais personalizado, tanto o credor quanto a empresa podem obter melhores resultados.
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2. Eficiência Operacional
A automação de processos financeiros pode reduzir custos e aumentar a produtividade. A oferta de soluções digitais integradas aos produtos e serviços financeiros podem promover agilidade na tomada de decisões do cliente e melhorar sua gestão de fluxo de caixa, o que é positivo para abrir caminhos para a aproximação no relacionamento comercial.
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3. Conexão da estratégia à gestão financeira
Principalmente em empresas menores, associar as ambições de crescimento às possibilidades financeiras costuma ser desafiador. A simplicidade de acesso a serviços que suportem conciliar as visões de curto e longo prazo é de grande importância para que o empreendedor que não é especialista em finanças tenha condições mais favoráveis para buscar o sucesso de seu negócio.
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4. Expansão de Mercado
A digitalização abre novas oportunidades para instituições financeiras, permitindo o acesso a um público mais amplo. Isso pode ser observado com a expansão no volume de instituições voltadas a nichos anteriormente dominados pelos grandes players, como agropecuária, e da oferta de plataformas de serviços, como banking as a service e credit as a service a empresas de ramos diversos.
O futuro aponta para a integração de tecnologias emergentes, como blockchain e inteligência artificial, que prometem revolucionar os serviços financeiros para empresas, de forma similar ao que já ocorre com pessoas físicas. A colaboração entre bancos tradicionais e fintechs deverá acelerar essa transformação, oferecendo soluções inovadoras e acessíveis a diversos nichos do mercado.
Neste sentido, a digitalização dos serviços financeiros para pessoas jurídicas no Brasil é uma realidade sem volta. Embora desafiadora, ela traz inúmeras oportunidades para as instituições que souberem navegar nesse novo cenário, posicionando-se de maneira estratégica para prosperar em um mercado cada vez mais digital e competitivo.
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