O Paradoxo da Inovação: Por que Apenas Ter Tecnologia Não Basta
Por que empresas como Nokia e BlackBerry, repletas de tecnologia de ponta, desapareceram do mercado, enquanto outras, com tecnologias acessíveis, se tornaram gigantes? A resposta, muitas vezes, não está na falta de inovação, mas na falha em aplicar a tecnologia para resolver uma dor real do cliente. Em um mundo onde todos têm acesso a dados e Inteligência Artificial, o diferencial competitivo mudou.
No evento Esquenta CONAREC, realizado no nosso escritório no dia 05/09, especialistas como Leandro Guissoni (Professor da FGV e Harvard), Ricardo Gottschalk (Conta Simples), e os líderes da Peers Consulting + Technology, Paulo Morais e Rafael Valente, debateram exatamente este ponto. Destilamos a conversa em 4 insights essenciais sobre como a aplicação de IA na experiência do cliente (CX) está definindo os negócios do futuro.
1. Abandone o “Tech-First”, Abrace o “Tech-Enabled”
Essa distinção foi um dos pontos centrais da palestra de Leandro Guissoni. Segundo ele, o maior erro estratégico da era digital é se apaixonar pela tecnologia antes de se apaixonar pelo problema do cliente. Empresas “Tech-First” adotam uma tecnologia de ponta e depois procuram um lugar para aplicá-la. O resultado, como visto no caso do McDonald’s que implementou IA no drive-thru e passou a entregar sorvete com bacon, é transformar algo que não era um problema em um problema real.
Em contrapartida, empresas “Tech-Enabled” identificam uma dor clara na jornada do cliente e aplicam a tecnologia de forma precisa para resolvê-la. A startup Toast, por exemplo, percebeu que a pior parte da experiência em um restaurante era a demora para pagar a conta e criou uma solução para essa dor específica. O sucesso da inteligência artificial, como reforçou Leandro, não está no poder do algoritmo, mas na precisão com que ele resolve um atrito real na jornada do cliente.
2. A IA Resolve o Paradoxo da Eficiência vs. Qualidade
Rafael Valente, líder de soluções de IA na Peers, apresentou como a tecnologia finalmente resolve um paradoxo histórico nas operações de CX: a briga entre eficiência e qualidade. Antes, para reduzir custos, era preciso sacrificar a qualidade do atendimento, e vice-versa. Essa regra, no entanto, foi quebrada pela chegada dos agentes de IA e da IA generativa.
Hoje, a tecnologia permite fazer os dois ao mesmo tempo. Rafael citou cases que comprovam a redução do tempo médio de atendimento de 11 para 2 minutos e a automação de até 30% dos chamados que antes exigiam um humano. O uso de IA na experiência do cliente permite otimizar a eficiência operacional, liberando a equipe para tarefas mais complexas, ao mesmo tempo que eleva a qualidade da satisfação.

3. A Era da Hiperpersonalização é Agora
A segmentação de clientes em grandes blocos está obsoleta. A verdadeira vantagem competitiva, segundo Paulo Morais, Sócio-Diretor da Peers, está na hiperpersonalização: a capacidade de entender e agir sobre o perfil unitário de cada consumidor.
Para ilustrar, Paulo compartilhou um case prático de um cliente: a IA descobriu um padrão em que pais, aos finais de semana, compravam carne e cerveja, mas não fraldas. Ao ativar uma promoção de fraldas direcionada exclusivamente para este micro-segmento, a empresa gerou R$ 60 milhões a mais em receita. A verdadeira personalização não é apenas colocar o nome do cliente em um e-mail, mas usar dados para prever necessidades contextuais.
4. O Futuro do Atendimento é Proativo, não Reativo
O modelo tradicional de atendimento é reativo: a empresa espera o cliente reclamar. Ainda na palestra de Paulo Morais, outro aprendizado prático foi a mudança para a proatividade, impulsionada pela análise de “Voice of Customer” (VoC) com IA. Ao analisar em tempo real milhares de interações de diversas fontes, a tecnologia identifica tendências de problemas antes que eles se tornem uma crise.
Ele citou o case de um varejista que, com essa análise proativa, diminuiu em 70% o tempo de análise de feedbacks e aumentou em 12 pontos o NPS. A aplicação de IA na experiência do cliente permite que as equipes atuem na causa raiz dos problemas, de forma preditiva, surpreendendo o cliente com uma solução.

O Cliente Está Mudando (e pode nem ser mais humano)
Os quatro insights deixam claro que dominar a aplicação de dados e IA na jornada do cliente é o novo requisito para o crescimento. As empresas que continuarem a tratar a tecnologia como um fim em si mesma ficarão para trás.
A provocação final, trazida por Leandro Guissoni, aponta para um futuro ainda mais complexo: a ascensão dos “Machine Customers”, onde até 25% das compras serão feitas por máquinas. Navegar neste novo cenário exige um parceiro que entenda de tecnologia e negócio. Na Peers Consulting + Technology, transformamos esses aprendizados em projetos concretos, preparando sua empresa para o cliente de hoje e o ecossistema de amanhã.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
Qual o ponto de vista da Peers?
Nós entendemos que o sucesso na era digital não depende apenas da tecnologia, mas de como ela é aplicada para resolver dores reais do cliente. Acreditamos que a IA e os dados devem ser ferramentas para habilitar estratégias (“Tech-Enabled”), e não um fim em si mesmos.
Como a Peers pode ajudar?
A Peers Consulting + Technology atua como parceira estratégica na jornada de dados e IA. Nós ajudamos as empresas a identificar as dores mais críticas na experiência do cliente e a implementar soluções, como agentes de IA e modelos de hiperpersonalização, que geram eficiência operacional e aumento de receita.
O que significa na prática ser “Tech-Enabled” em vez de “Tech-First”?
Ser “Tech-Enabled” significa começar pelo problema do cliente e, então, buscar a melhor tecnologia para resolvê-lo, garantindo que o investimento gere valor real. Em contraste, ser “Tech-First” é focar na implementação de uma tecnologia da moda sem ter um problema claro para resolver, o que pode levar a projetos caros e com baixo impacto nos resultados do negócio.
O que são “Agentes de IA” e como eles podem ajudar meu negócio?
Agentes de IA são a evolução dos chatbots. Eles não apenas respondem perguntas, mas executam ações de forma autônoma, como checar o status de um pedido, resolver um problema técnico ou até mesmo iniciar um contato proativo com o cliente. Na prática, eles ajudam a resolver o paradoxo entre eficiência e qualidade, reduzindo custos de atendimento ao mesmo tempo que melhoram a satisfação do cliente.