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Cenário do setor de Agro e Alimentos e Bebidas: crescimento e tendências de valor agregado

Publicado originalmente Portal 2A+ Alimentos

 

Seguem os principais insights da nossa análise, baseada nos comunicados de resultados do 2T25. Por Edson Kawabata, Sócio-Diretor de Novos Negócios da Peers Consulting + Technology.

 

Crescimento de Receita e Dinâmica de Margens:

O setor de alimentos processados e carnes, representado por JBS e BRF, demonstrou um crescimento de receita robusto ano contra ano (18,3% e 2,9% respectivamente), indicando demanda aquecida. No entanto, a margem líquida ajustada dessas empresas (2,9% e 4,8%) é significativamente menor do que a da Ambev (13,9%), que atua no setor de bebidas. A SLC Agrícola se destaca com o maior crescimento de receita (37,8%), refletindo a alta demanda por commodities agrícolas. A Raízen, por outro lado, apresentou queda de receita (-6,1%) e prejuízo líquido ajustado (-R$ 1,84 bilhão), o que se reflete em uma margem líquida negativa. A Ambev se sobressai com margens significativamente superiores: Margem Bruta de 50,0% e Margem EBITDA Ajustada de 30,6%, reforçando a rentabilidade do setor de bebidas.

 

Diversidade no Foco de Mercado e Escala Operacional:

A Ambev e a JBS possuem uma forte presença no mercado externo, com 45,1% e 85,0% de suas receitas oriundas desse segmento, respectivamente. A JBS, com sua diversidade de marcas como Friboi e Seara, demonstra uma ampla penetração em mercados globais. A Raízen e a 3 Corações concentram a maior parte de sua receita no mercado interno, com 74,0% e 97,7%, respectivamente. A 3 Corações, com marcas como Santa Clara, Três Corações e Pimpinela, tem um forte domínio no mercado brasileiro de café. Em termos de volume, a Ambev lidera em hectolitros, enquanto as demais empresas operam em toneladas, com BRF e Marfrig como destaques em seus segmentos.

 

Sustentabilidade como Diferencial Competitivo:

ESG ganha cada vez mais relevância. A BRF obteve o selo Carbon Free, enquanto a 3 Corações foi incluída no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) pelo 5o ano consecutivo. A SLC Agrícola foi reconhecida no Prêmio Melhores do ESG, demonstrando o compromisso do agronegócio com práticas sustentáveis.

E para onde o setor está caminhando? As tendências são claras e indicam uma evolução constante:

 

Sustentabilidade na Cadeia de Suprimentos:

A demanda por produtos com origem ética e sustentável é crescente. O monitoramento de fornecedores e a neutralização de carbono são exemplos.

 

Digitalização e Omnicanalidade:

Embora as tabelas não detalhem, a tendência de digitalização na distribuição é um fator chave para o aumento da eficiência e alcance, presente em setores como o de bebidas e alimentos. O cenário do 2T25 aponta para um setor que equilibra o crescimento da receita com a necessidade de otimização de margens, impulsionado por um forte movimento em direção à sustentabilidade, inovação em produtos e a digitalização da cadeia de valor.

 

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