Este artigo foi elaborado com base na entrevista concedida à revista Varejo S.A.
Recentemente, a revista Varejo S.A. destacou o papel estratégico da inteligência artificial no setor alimentar. Para aprofundar esse debate, a publicação convidou Edson Kawabata, Managing Director da Peers Consulting + Technology, para uma análise exclusiva sobre como a tecnologia impacta diretamente a eficiência e a fidelização no setor.
Abaixo, reunimos os principais insights dessa conversa, detalhando como a alta frequência de compras e a qualidade dos dados transacionais estão moldando uma nova era de competitividade para o varejo.
De tendência a realidade: como a IA se tornou decisiva para a competitividade no varejo alimentar
A era da intuição no varejo ficou para trás. Hoje, a inteligência artificial é o motor que impulsiona a eficiência e a fidelização no setor alimentar. Com a capacidade de processar um volume gigantesco de dados transacionais, a tecnologia oferece soluções inéditas para velhos desafios, como a gestão de estoques e a personalização de ofertas, redefinindo o padrão de competitividade do mercado.
Um cenário de dados e maturidade crescente
Segundo Kawabata, o varejo alimentar brasileiro caminha numa crescente irreversível de adoção tecnológica. O grande diferencial do setor é a riqueza de dados: são emitidos mais de 20 bilhões de cupons fiscais ao ano no Brasil.
Cada registro representa um rastro de comportamento em uma localidade e canal específicos.
“Esses dados permitem o refinamento de segmentações e a modelagem de padrões, viabilizando maior previsibilidade do comportamento do cliente, mesmo em situações complexas como reações a promoções”, explicou o executivo à publicação.
Onde a IA gera valor real: da margem à experiência
Muitas vezes, a tecnologia é vista apenas como uma ferramenta de marketing, mas a análise apresentada para a Varejo S.A. destaca ganhos em todas as linhas de resultado. Como o varejo alimentar opera tradicionalmente com margens baixas (muitas vezes abaixo de 5%), o impacto da IA é significativo em frentes como:
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Aumento de receitas: Impulsionando o ticket médio através de hipersegmentação e ofertas personalizadas.
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Eficiência Operacional: Automatizando rotinas em áreas como RH, financeiro e jurídico.
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Redução de perdas e sustentabilidade: Algoritmos de machine learning refinam o planejamento de demanda e estoques, diminuindo rupturas e desperdícios — o que contribui diretamente para uma agenda ESG, minimizando deslocamentos e descarte de produtos.
Tecnologias na prática e o exemplo dos líderes
Na entrevista, Edson detalhou as tecnologias que já moldam o dia a dia dos grandes players:
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Machine Learning: Essencial para algoritmos de recomendação e modelos de propensão de consumo.
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Visão Computacional: Utilizada para monitorar fluxo de loja, “ler” gôndolas e autenticar clientes.
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IA Generativa: Potencializando chatbots para um atendimento mais natural e ágil.
Como exemplo de maturidade, o Grupo Carrefour foi citado por utilizar IA na gestão de estoques (ajustando pedidos automaticamente) e na modelagem de filas em lojas físicas para melhorar a experiência do cliente.
O futuro: democratização e o fator humano
Olhando para os próximos 5 a 10 anos, a tendência apontada é a democratização. Soluções que antes eram exclusivas de gigantes passarão a ser ofertadas por Retailtechs, permitindo que médios varejistas também acompanhem essa transformação.
Porém, Kawabata faz um alerta importante sobre o perfil profissional: o futuro exigirá capacidade analítica para interpretar dados, mas sem perder a essência do varejo.
Não se deve perder de vista o lado humano nas relações e a excelência na experiência do cliente em toda a jornada”, concluiu.
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