Por Diogo Moreira, Associate Managers da Peers Consulting.
Uma análise dos impactos da nova ferramenta
Seguindo a tendência mundial de pagamentos em tempo real, o Banco Central lançou o Pix, um novo meio de pagamento que começa a funcionar em novembro deste ano. Pagamentos em tempo real permitem que pessoas, negócios e entes governamentais realizem transações com baixo custo, em qualquer dia e horário e tenham valores instantaneamente disponíveis para uso pelo beneficiário.
Embora saibamos que os impactos de longo prazo dessa forma de pagamento só ficarão mais claros com o tempo e sua ampla utilização, alguns efeitos já foram avaliados, trazendo mudanças econômicas e sociais que tem o potencial de afetar consumidores, empresas e a economia. Dentre esses efeitos, podemos destacar:
Impactos na Economia
Diminuir ineficiências econômicas geradas pelo sistema de pagamentos. Atualmente as transações realizadas requerem um tempo de processamento em que o dinheiro fica indisponível tanto para o beneficiário quanto para o pagador. O Pix tem o potencial de remover ineficiências econômicas geradas por esse modelo que prejudica finanças domésticas e operações comerciais, com dinheiro bloqueado no sistema financeiro que poderia estar sendo usado para fins produtivos.
Aumentar a inclusão financeira. A implementação de pagamentos em tempo real pode fazer com que instituições financeiras formais passem a incluir mais pessoas e mais transações, que anteriormente aconteciam em dinheiro. A alta penetração de smartphones torna o Brasil especialmente propício para isso. Com o tempo, os consumidores se beneficiarão com o acesso a outros serviços financeiros valiosos, enquanto os governos se beneficiarão com a capacidade de distribuir benefícios e coletar impostos com mais rapidez e precisão.
Impactos nos Negócios
Diminuição de custos. Para pagamentos recebidos, as empresas se beneficiam de um risco menor, principalmente por meio da irrevogabilidade do pagamento. Dessa forma não é necessário o intermédio de instituições terceiras (ex.: cartões de crédito) para garantir o recebimento, o que diminui custos com a extinção de taxas de serviço.
Melhoria de capital de giro. Atrasos e incertezas oriundos das formas tradicionais de pagamento obrigam que empresas tenham reservas de caixa para cobrir seu capital de giro. O Pix elimina tais restrições através do pagamento instantâneo, melhorando a gestão de caixa. Dessa forma evita custos de financiamento desnecessários ou possibilita investimento em outras frentes que podem contribuir para o desenvolvimento da empresa.
Os 3 principais desafios para a implementação do Pix
Para alavancar totalmente os benefícios de pagamentos instantâneos, as empresas precisarão reformular seus fluxos de trabalho e operações a fim de gerenciar a nova funcionalidade e fazer as devidas conexões com seu modelo de negócio. Dentre os principais desafios nesse processo, estão:
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A liquidez pode aumentar a qualquer momento, em qualquer dia, fora do horário comercial ou nos finais de semana. Embora isso possa beneficiar o capital de giro, também pode levar a desafios na área de gestão de caixa e na conciliação com sistemas que dependem do processamento no final do dia.
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Reconciliação automática de transações precisam ser adaptadas, sistemas internos precisam ser capazes de receber e processar e diferenciar notificações do banco sobre um pagamento feito com Pix.
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Integração entre Pix e API´s, garantindo a combinação entre processos financeiros just-in-time com processos de negócios just-in-time.
De forma a auxiliar empresas na adaptação a esse novo momento e a superar tais desafios a Peers tem uma gama de serviços que inclui:
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Estruturação dos processos contábeis e financeiros
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Desenvolvimento de modelo de gestão de caixa/tesouraria
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Reestruturação de modelo de apuração e fechamento contábil