O papel de Data Analytics dentro da Indústria 4.0

Arthur Anzai

Arthur Anzai

Tempo de leitura 3 minutos

Categoria Digital

Por Arthur Hideyoshi Anzai, Consultor de TI Sr. da Peers Consulting

 

 

É possível imaginar viver atualmente com a tecnologia que tínhamos há dez ou vinte anos atrás? Se sim, o quão difícil seria essa realidade? Hoje, vivemos um momento em que muitas das possibilidades antes consideradas como futurísticas já são realidade, sendo que algumas delas já se tornaram essenciais no mundo corporativo para os que buscam uma vantagem competitiva entre os concorrentes.
Com a grande velocidade e consistência no desenvolvimento de novas tecnologias, a indústria 4.0 vem colecionando diversos cases de inovação nos últimos anos. Neste cenário, vemos fábricas e armazéns altamente tecnológicos contando com sensores de alta performance e braços robóticos que, através de inteligência artificial, executam com maestria tarefas que antes eram manuais e custosas.
Esse avanço significativo na relação entre o homem e a máquina tem feito com que muitos chamem o tempo em que estamos vivendo de “quarta revolução industrial”, caracterizada pelas tecnologias para automação, conectividade de dispositivos inteligentes e troca de dados.
No setor de supply chain, por exemplo, já existem processos de redução de custo de inventário que se utilizam da tecnologia para automatizar cada vez mais a cadeia logística. A partir de uma análise de dados, os sistemas buscam prever a demanda futura, e então automaticamente dimensionar a linha de produção integrada à outras informações internas da indústria (como ERP), possibilitando assim uma otimização da cadeia como um todo desde a produção até a entrega do produto.
A modernização dos processos de supply chain também habilita empresas que já possuem essas tecnologias para oferecer novas linhas de serviços, como o “warehouse as a service” que permite a terceirização da operação logística para comodidade dos clientes.
Outro setor que vem crescendo com as evoluções da indústria 4.0 é o setor da saúde. Por meio da digitalização de dados médicos e processamento de dados de pacientes, já é possível encontrar informações de forma rápida e eficiente, reduzindo a necessidade de ativos físicos. Utilizando também técnicas avançadas de Analytics, pode-se capturar informações relevantes que ajudem na assertividade de tratamentos e procedimentos médicos.
Um fator importante presente nos exemplos mencionados é o alto volume de dados, que pode possuir diversas origens, tipos, formas e estruturas. A fim de solucionar o desafio de transformar essa grande quantidade de dados em informação, um dos pilares desta modernização é o ecossistema do Bigdata e as ferramentas de Analytics, responsáveis por integrar, armazenar e gerar valor pela captura/extração de informações desses dados em uma velocidade elevada, em alguns casos em tempo real.
É sempre importante ter em mente a importância de transformar dados em informação, já que gerar dados em grande velocidade e somente armazená-los aumentará os custos para a área de T.I. da organização sem nenhum benefício concreto. Com isso, análises mais profundas utilizando conceitos de Business Intelligence e Aprendizado de Máquina são grandes diferenciais que podem alavancar os resultados à frente dos concorrentes, gerando informações valiosas para a tomada de decisões.
Vale enfatizar que, além de investimentos em novas tecnologia e em Analytics, é imprescindível que a empresa tenha o endosso da alta gestão para investir na capacitação das pessoas e desenvolver a cultura de decisões orientadas a dados, o chamado Data-driven, para acelerar estas transformações, perenizar estes conceitos dentro da companhia e ter em mente que esta jornada é algo evolutivo e ágil que vai depender muito da maturidade do negócio.
Muitas das implementações de automação nas indústrias só levam em consideração a vertente operacional, onde são instalados sensores em suas linhas de produção e robôs em seus armazéns totalmente conectados afim de diminuir a operação manual. O que muitos não enxergam são as vertentes gerenciais e até estratégicas que estão mais perto do que imaginam.
Com a faca (capacidade de armazenamento e processamento) e o queijo (dados) em mãos, é preciso dar um pouco mais de atenção aos benefícios que esses recursos podem trazer e utilizá-los de maneira inteligente afim de que os dados não sejam só fardos a serem carregados, mas se tornem conhecimento que geram cada vez mais valor ao negócio.
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