Gestão da Inovação: Abordagens para aumentar a competitividade
Diante do cenário macroeconômico atual, o governo vem adotando medidas como políticas monetárias contracionistas com objetivo de diminuir a alta inflação e a demanda por crédito. Devido aos maiores custos, as empresas acabam retraindo os investimentos, gerando impacto, principalmente, em inovações.
Contudo, por mais que acabem ficando em segundo plano nas agendas das organizações ao serem associados a resultados imprevisíveis e de longo prazo, os investimentos em inovação não podem ser deixados de lado pelas empresas que querem manter sua participação no mercado.
Nesse sentido, a gestão da inovação se torna essencial para as empresas se manterem competitivas e gerarem valor de maneira sustentável, em um cenário de rápidas mudanças e evoluções tecnológicas constantes.
No texto a seguir vamos trazer mais detalhes sobre o conceito de gestão da inovação, suas principais abordagens e como essas práticas podem gerar valor para as empresas, melhorando a sua competitividade e eficiência organizacional. Confira!
Conceito de gestão da inovação
O conjunto de práticas e estratégias utilizadas para fomentar, desenvolver e implementar novas ideias, produtos e processos nas empresas é chamado de Gestão da Inovação.
A gestão eficaz da inovação dentro das empresas é fundamental para garantir a sobrevivência e prosperidade dos negócios, principalmente no cenário atual do mercado em constantes transformações.
Assim, a gestão da inovação representa vantagens diversas para as empresas, especialmente na sua força competitiva com os concorrentes. Por isso, é muito importante que as empresas se mantenham atentas para as tendências do mercado, personalizando serviços e promovendo uma cultura sustentável em suas práticas.
Principais abordagens
Uma gestão da inovação eficaz envolve a adoção de algumas abordagens específicas para enfrentar os desafios contemporâneos, como:
Inovação aberta: empresas que colaboram com parceiros externos enriquecem seu portfólio e aceleram a produção de conhecimento.
Liderança em tecnologia: empresas que focam em ser pioneiras em desenvolvimento tecnológico, favorecem a adaptação em contextos de constante transformação.
Abordagem centrada no cliente: empresas que priorizam a experiência do usuário se ajustam rapidamente às suas necessidades.
Inovação incremental: empresas que se concentram em melhorias contínuas e pequenas em produtos já existentes, proporcionando ajustes que aumentam a eficiência ou a experiência do usuário com baixo custo e risco.
Inovação radical: empresas que buscam transformações significativas que podem expandir ou revolucionar o modelo de negócio da empresa.
Com este cenário desafiador, uma das recomendações principais é focar, inicialmente, em inovações que apresentam maior velocidade no resultado a curto prazo como um primeiro passo rumo a iniciativas mais estruturadas. Um caminho para seguir é justamente a inovação em processos.
Inovação em processos
Uma organização é considerada inovadora quando insere um produto no mercado, implementa um processo novo ou evolui procedimentos pré-existentes, maximizando sua entrega de valor. É preciso desenvolver, criar ou aprimorar algo novo que gere utilidade para a empresa perante o mercado e/ou a sociedade.
Sob a perspectiva de processos, a inovação visa utilizar novas ideias para transformar uma ou mais etapas da cadeia de valor e consiste em um exercício contínuo capaz de aumentar a eficiência, reduzir custos ou melhorar a qualidade de execução.
Essa inovação pode ser originária tanto de recursos internos quanto externos, ou até mesmo pela utilização de ambos em conjunto.
Open Innovation
Quando a empresa opta por utilizar recursos externos, nos referimos ao conceito de Open Innovation, que consiste em atingir a inovação por meio da colaboração de stakeholders como clientes, fornecedores, startups e outros parceiros.
Aqui, a empresa se utiliza do conhecimento e informações externas para melhorar processos ou desenvolver produtos ou serviços, gerando ideias que não dependem exclusivamente de meios da organização.
Exemplos de Open Innovation
Um exemplo de propulsor para a inovação aberta é o compartilhamento de dados entre as empresas a partir de APIs (Application Programming Interface) abertas, como o que ocorre no Open Banking e no Open Insurance.
O acesso a um maior escopo de informação permite o aprimoramento de processos, entre outras melhorias na cadeia de valor das empresas que impactam diretamente na experiência do cliente ou do colaborador.
Como essas práticas podem gerar valor para as empresas?
A gestão da inovação é capaz de gerar valor nas empresas, estruturando processos que facilitam a implementação de uma cultura de inovação, definindo claramente as etapas do ciclo de inovação, criando ambientes propícios para a criatividade e a experimentação.
Dessa forma, a gestão da inovação estimula a participação ativa dos colaboradores de todos os setores na criação de soluções inovadoras, considerando perspectivas diversas.
Além disso, a gestão da inovação permite que a empresa antecipe transformações do mercado e identifique oportunidades antes da concorrência, potencializando suas capacidades criativas junto aos colaboradores, permitindo a redução de custos, aumento da eficiência e nova geração de produtos e serviços para atender às demandas dos clientes e do mercado.
Por onde começar, para onde ir
Contudo, mesmo as empresas que já entendem os benefícios de investir em inovação ainda pecam por falta de planejamento e estruturação. Em um cenário de alto risco, é imprescindível ter clareza do ponto de partida e do objetivo das iniciativas que serão implementadas.
Atualmente, existem algumas práticas estruturadas com foco na geração de valor que podem fazer a diferença na hora de iniciar.
Visto que abordagens tradicionais já não se adequam mais às soluções demandadas pelo mercado, o VCO (Value Creation Office) e as abordagens combinadas de Design Thinking, Lean Startup e Agile prometem maior entrega de valor.
Value Creation Office
O VCO cria uma abordagem estruturada para a inovação em processos, garantindo melhores práticas de gestão. Pode ser utilizado levando em consideração a inovação como resultado de fluxos de trabalhos com papéis, responsabilidades e prazos bem definidos.
Para isso algumas etapas devem ser seguidas:
- Analisar o contexto e definir o objetivo do que se quer solucionar;
- Definir a governança dos envolvidos (stakeholders internos e externos);
- Entender o processo e mapear as dores ao longo da jornada;
- Priorizar os gargalos da jornada utilizando engenharia de valor;
- Desenhar soluções para as dores priorizadas (definindo novos processos ou evoluindo processos atuais);
- Elaborar piloto;
- Realizar melhoria contínua e medir os resultados por meio de indicadores
É importante ressaltar que, como forma de aumentar a probabilidade de retorno das ações implantadas, sugere-se estabelecer o piloto para testar hipóteses em um contexto de menor risco. Desta maneira, pode-se escalar de forma incremental através de ciclos curtos com entregas contínuas com foco em promover a melhoria do processo envolvido.
Design Thinking, Lean startup e Agile
Em paralelo, as abordagens de Design Thinking, Lean startup e Agile contribuem para acelerar a entrega de valor e são utilizadas para dar suporte colaborativo com todos os stakeholders. As etapas de entendimento profundo das dores e desenho de soluções aumentam a assertividade e inclui a perspectiva do cliente na construção.
Entenda abaixo os objetivos do uso agrupado dessas abordagens:
Design thinking: busca, através da empatia e da vivência de uma realidade nova, entender o consumidor de modo a identificar seus problemas e criar soluções assertivas. As perguntas a serem respondidas devem estar focadas nas necessidades e desejos desses consumidores.
Lean Startup: consiste em, por meio de experimentos e testes, concretizar as ideias estabelecidas pelo Design Thinking em uma solução mínima viável para testar a solução, evitando desperdícios de tempo e dinheiro.
Metodologias ágeis: utilizadas para avaliar e melhorar continuamente a solução estabelecida no Lean Startup a partir de ciclos curtos de entregas incrementais (sprints) e por meio da formação de times multidisciplinares.
Cultura de inovação
Muito além de iniciativas pontuais, a inovação em processos é uma jornada que requer um mindset de melhorias contínuas.
Ainda que tenha todas as ferramentas disponíveis, a empresa que embarcar nessa jornada precisa ter maturidade para inovar. Atuando na companhia como um todo, deve-se estabelecer uma cultura de inovação colaborativa que alia capacitação de equipes com líderes que realmente estimulem novas sugestões.
A empresa que se atentar aos principais pilares e pontos de atenção, realizando experimentos e melhorias contínuas, estará no caminho certo para maximizar o potencial de suas iniciativas.
Conclusão
Neste texto pudemos entender como a gestão da inovação e a adoção de uma cultura de inovação dentro das empresas, independente da sua área de atuação, é essencial para aumentar a geração de valor das organizações e garantir a sua sobrevivência.
Vimos que a gestão da inovação é um conjunto de práticas que as empresas utilizam para implementar novas ideias para a sua sobrevivência, em um ambiente em constante transformação.
Ao longo do texto entendemos que a inovação não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para lidar de forma eficaz com a globalização e as mudanças rápidas nas demandas do mercado.
Dessa forma, a gestão da inovação é também fundamental para gerar valor nas empresas, permitindo estruturar processos que facilitam a implementação de uma cultura de inovação, criando um ambiente propício para a criatividade e a experimentação, que estimula a participação dos colaboradores em soluções inovadoras.
De forma geral, concluímos que as empresas que investem na gestão da inovação alcançam maior competitividade e agilidade na adaptação às mudanças do mercado, se preparando da melhor forma para maximizar o potencial de suas iniciativas.
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