Gestão Financeira: Guia Para Manter a Saúde Financeira da Sua Empresa

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Fazer o básico bem-feito é essencial para se manter no mercado, além de outros princípios e regras que devem fazer parte da gestão do seu negócio.

Ter um financeiro sólido e eficiente significa que a empresa possui um controle rigoroso e sistemático de todas as suas operações financeiras, diz Guilherme Sales, Gerente Sênior e Especialista de Finanças da Peers Consulting + Technology. “E isso envolve o monitoramento constante do fluxo de caixa, a gestão adequada de despesas e receitas, e o planejamento financeiro estratégico para o curto, médio e longo prazo. Ou seja, para que um pet shop tenha um financeiro sólido e eficiente precisa manter um controle rigoroso sobre todas as entradas e saídas de dinheiro, desde a compra de mercadorias (como rações, brinquedos e medicamentos) até o pagamento de despesas operacionais (como aluguel, salários e contas de energia). Uma gestão financeira sólida garante que a empresa tenha a liquidez necessária para suas operações diárias, esteja preparada para enfrentar imprevistos e seja capaz de aproveitar oportunidades de crescimento. Além disso, implica na capacidade de tomar decisões baseadas em dados financeiros precisos e atualizados, minimizando riscos e maximizando retornos”, explica Guilherme, que é formado em engenharia mecânica pela Unesp, possui cursos em negócios pela Business Training Company e já atuou como consultor de analytics na operação do Brasil da Comdata España & Latam. Ainda segundo ele, uma gestão financeira eficiente também permite que o pet shop tenha uma visão clara de sua saúde financeira, planeje adequadamente para períodos de baixa demanda, e invista em estoque de forma estratégica para atender às necessidades dos clientes sem ter produtos parados que possam expirar ou se tornar obsoletos. “Além disso, um financeiro sólido envolve a capacidade de reagir rapidamente a imprevistos, como um aumento inesperado no preço dos fornecedores ou uma redução na demanda por determinados produtos”, reforça.

 

Vamos arregaçar as mangas?

Para alcançar uma gestão financeira sólida e eficiente, Guilherme diz que as empresas devem seguir alguns passos fundamentais:

Controle rigoroso de estoque: uma das maiores despesas de um pet shop é o estoque. Ter um controle rigoroso de estoque, monitorando o giro de produtos e ajustando os pedidos de acordo com a demanda, ajuda a evitar capital parado e desperdício de produtos, especialmente aqueles com prazo de validade, como medicamentos;

Fluxo de caixa: estabelecer um sistema para monitorar o fluxo de caixa semanalmente é crucial.

 

 

Isso ajuda a identificar rapidamente qualquer discrepância entre o dinheiro que entra e o que sai, permitindo ajustes imediatos. Por exemplo, se as vendas de serviços de banho e tosa caírem em um determinado mês, o empresário pode rapidamente ajustar as promoções ou reavaliar os seus preços;

Planejamento orçamentário: desenvolver um orçamento detalhado para todas as categorias de despesas, desde custos fixos como aluguel até variáveis como campanhas de marketing, permite que o pet shop preveja despesas e planeje receitas necessárias para cobrir esses custos. É importante revisar o orçamento regularmente para ajustar conforme as necessidades mudem;

Negociação com fornecedores: revisar e negociar contratos com fornecedores regularmente pode resultar em melhores condições de pagamento ou descontos por volume. Negociar a compra de rações diretamente com fabricantes, em alguns casos, pode reduzir custos e melhorar as margens de lucro;

Automatização e uso de tecnologia: implementar um sistema de gestão que automatize o controle de estoque, o faturamento e a contabilidade podem economizar tempo e reduzir erros.
Utilizar ferramentas que integrem o ponto de venda (PDV) com o controle financeiro e de estoque é uma forma de fazer o simples bem-feito. Aliás, fazer o simples bem-feito significa focar
nesses princípios básicos antes de se aventurar em estratégias mais complexas. Um sistema financeiro organizado e bem monitorado é a base de qualquer empresa saudável.

 

Evite gastos extras

Para evitar que custos e despesas extras impactem negativamente o orçamento de um pet shop, Guilherme acredita ser importante que o empresário adote as seguintes práticas:

Negociar taxas de cartão de crédito: um pet shop que realiza muitas transações no cartão pode negociar taxas de desconto cobradas pelas operadoras de cartão avaliando as diversas opções no mercado;

Rever contratos de serviços: revisar periodicamente contratos com prestadores de serviços, como fornecedores de insumos para banho e tosa ou empresas de limpeza, para garantir que os preços cobrados estejam alinhados ao mercado e, se possível, renegociar condições de pagamento ou obter descontos;

Controlar custos fixos: implemente práticas de economia de energia e água no dia a dia. Utilizar lâmpadas de LED, instalar sensores de movimento para iluminação e otimizar o uso de água nos serviços de banho e tosa, pode resultar em redução de custos operacionais;

Revisão de compras e estoque: comprar em maior quantidade produtos que possuem alta rotatividade e boas margens de lucro, mas reduzir estoques de itens de baixa saída ou margem
baixa. Isso não apenas ajuda a reduzir custos de aquisição e armazenamento, mas também otimiza o espaço físico da loja.

 

Não cometa erros básicos!

Guilherme compartilha e alerta sobre algumas falhas comuns na gestão financeira do pet shop:

Falta de separação entre finanças pessoais e empresariais: muitos empresários misturam despesas pessoais com as da empresa, o que dificulta o controle financeiro e pode levar a um uso inadequado do capital da empresa;

Gestão ineficiente de estoque: manter um estoque muito grande de produtos de baixa rotatividade ou que possuem prazo de validade curto pode resultar em perdas financeiras.

A falta de um controle de estoque eficiente pode levar ao desperdício de produtos vencidos ou à necessidade de descontos agressivos para desovar estoque;

Subestimação de despesas fixas e variáveis: não contabilizar corretamente todas as despesas operacionais, como pequenos reparos, manutenção de equipamentos ou custos variáveis
associados a promoções e campanhas de marketing, pode levar a uma visão equivocada da saúde financeira da empresa;

Ausência de monitoramento contínuo: muitos pet shops não monitoram suas finanças de forma contínua, fazendo apenas uma revisão financeira anual ou semestral. Isso pode resultar
em uma falta de visão estratégica e uma resposta lenta a problemas emergentes.

 

(…)

 

Fique de olho nos sinais de que algo não vai bem

Segundo Guilherme, existem alguns sinais claros de que a saúde financeira de um pet shop pode estar comprometida. São eles:

Redução contínua das vendas: se houver uma queda constante nas vendas de produtos ou serviços, como banho e tosa, isso pode indicar problemas de competitividade, sazonalidade não
antecipada ou até insatisfação do cliente;

Atraso nos pagamentos a fornecedores: se o pet shop começar a atrasar pagamentos a fornecedores ou precisar solicitar prazos maiores com frequência, isso é um sinal claro de problemas de fluxo de caixa;

Aumento inexplicável das despesas operacionais: um aumento nas despesas, sem um correspondente crescimento da operação, pode indicar problemas como desperdícios, fraudes ou
ineficiências operacionais;

Margens de lucro reduzidas: margens de lucro que diminuem constantemente, mesmo com vendas estáveis ou crescentes, podem ser um indicador de aumento de custos que não está sendo repassado ao cliente;

Falta de liquidez para cobrir despesas diárias: quando o pet shop não tem dinheiro suficiente para cobrir as despesas diárias, como salários, contas de energia e aluguel, sem recorrer a empréstimos ou outras formas de crédito, isso é um sinal de que é necessária uma reavaliação imediata da gestão financeira.

“Ao identificar qualquer um desses sinais, é importante que o empresário tome medidas imediatas, como revisar o orçamento, reduzir custos, renegociar dívidas e buscar orientação profissional para evitar maiores problemas financeiros”, finaliza Guilherme.