Planejamento Estratégico: Transformando planos em ações concretas

Leia originalmente em Investing.com

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No mundo dos negócios, é comum ouvir que planejamentos estratégicos muitas vezes não passam de meros planos, perdendo a relevância como direcionador ao término do ciclo orçamentário. Uma recente pesquisa da Gartner revela números impressionantes: 67% dos líderes de estratégia acreditam que há mais de 50% de chance de que seus planos precisam ser ajustados após o planejamento anual. Além disso, 53% dos líderes empresariais responsáveis pela estratégia relatam que suas empresas falham em alcançar seus objetivos estratégicos, e apenas 38% dizem que suas organizações conseguem adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado.

A própria Gartner sugere algumas boas práticas para transformar o planejamento estratégico em um guia executável:

  • Focar primeiro em uma estratégia minimamente viável;

  • Personalizar atividades de planejamento para os participantes;

  • Desenhar iniciativas antecipadamente;

  • Definir claramente responsabilidades;

  • Cascatear planos lateralmente, não apenas de cima para baixo;

  • Focar medidas de desempenho em OKR (Objective and Key Results);

  • Testar planos contra cenários futuros.

 

Essas práticas são comuns em empresas de alta performance. No entanto, além da execução eficaz, como elaborar um planejamento estratégico sólido que conduza a empresa ao próximo nível de maturidade e retorno para o acionista?

Embora possa ser arriscado prescrever uma abordagem universal para um tema tão complexo, é possível seguir métodos e, sobretudo, usar racionalidade de negócios ao construir um plano sólido que envolva os líderes da empresa. O modelo consagrado por A.G. Lafley, ex-CEO da P&G, e Roger L. Martin, Dean da Rotman School of Management, descrito no livro “Playing to Win”, apresenta um passo a passo bastante sensato, parte de uma visão corporativa, avalia o campo de batalha e a suas armas, define uma tática vencedora e elenca os requisitos para alcançar os objetivos. Este modelo inclui:

  • Aspiração vencedora: Defina metas específicas que direcionam todas as ações estratégicas, mais do que uma simples visão;

  • Onde jogar? Determine mercados, categorias de produtos, segmentos de consumidores e canais em que a empresa competirá. Essa escolha é crucial para focar recursos e esforços.

  • Como vencer? Defina como a empresa pretende se sobressair nos mercados escolhidos, incluindo proposições de valor e vantagens competitivas que a diferenciam dos concorrentes.

  • Capacidades necessárias: Identifique as habilidades e competências necessárias para executar a estratégia com sucesso, tornando-as únicas e difíceis de replicar pelos concorrentes.

  • Sistemas de gestão necessários: Estabeleça sistemas, processos e métricas que sustentem as capacidades necessárias e acompanhem o progresso em direção às metas estratégicas.

 

Para fazer essas escolhas, é essencial contar com um time dedicado, analítico e munido de informações de mercado e da própria empresa. A experiência dos líderes também é fundamental, não só pelo conhecimento da indústria, mas também pelo clássico “business judgment”. Uma liderança que compreende o negócio, a capacidade do time e a disposição dos acionistas para assumir riscos tem mais sucesso ao desenvolver um plano implementável e vencedor.